sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Memórias de um amor destrutivo.



Ela me ligou a tarde..   
Estou comprando seu livro... Mais tarde quero que venha buscar.

Na noite anterior nós havíamos dado um basta nessa situação...  Mais uma vez.
Fui determinado a buscar meu livro e voltar pra casa feito um cachorro ingrato que pega o pedaço de bife e sai correndo olhando de lado mas no fundo sabia que seria bem diferente. O ônibus até que não demorou dessa vez e logo estava no bairro dela , liguei.
 - Onde você está - Perguntei.
 - Estou no McDonald - disse ela.
 Então fui caminhando até lá, atravessei toda a lanchonete e nada dela.. Quando saio na outra porta a vejo do outro lado da rua, com aquele sorriso lindo, acenando pra mim, sentada na mesa de bar com uma cerveja gelada. Estava com uma amiga...E que amiga...Cheguei meio sem jeito mas tentei disfarçar, distrair imaginando como sou sortudo de poder me sentar com duas mulheres lindas em uma mesa de boteco e uma delas ainda ser minha. Cumprimentei a amiga e me virei pra ela, linda como sempre, com aquele sorrisinho safado. Não sabia como agir, acho que nem ela.. demos um beijo no rosto, na testa e logo deixamos de cerimonia e nos beijamos na boca. Ela logo puxou o livro e me deu, foi como uma surpresa.. Queria muito esse livro, acho que a felicidade estampada em meu rosto dava pra ser vista a quilômetros. Era o livro "Mulheres" do velho Bukowski, como era de se esperar, já ao abrir o livro vem o primeiro tapa na cara com a seguinte frase "muito cara legal foi pra debaixo da ponte por causa de mulher." Só me restou rir mais um pouco... Bebemos duas cervejas e comemos amendoim com a felicidade de quem come a lasanha e a sobremesa da mamãe na manhã de domingo.. Conversamos sobre tudo que se conversa em uma mesa de bar.. Estudos, trabalho, amor, filosofia, psicologia e a boa e velha putaria.. Nada melhor que conversar um pouco de sacanagem de forma despreocupada e despudorada... Fomos ao encontro de outros amigos, conversamos um pouco e logo partimos pra casa dela. Antes de deitar não foi diferente, nosso ritual pré cama que rolava no banheiro nos preparando pra dormir e conversando sobre tudo.. Acho que um dia poderíamos pensar e escrever um livro só com as conversas de banheiro. Fomos para o quarto e mais uma vez fiquei em transe com aquele corpo lindo a minha frente que se arrepiava e contorcia ao mais leve toque... Me empenhei em dar todo prazer que ela merecia naquela noite, que talvez não deveria estar acontecendo... No dia seguinte me levantei lentamente para não acorda-la.. Mas ela quase sem conseguir falar, perguntou.
-Já vai a essa hora?
-Tenho que resolver uns problemas em casa, podemos nos ver mais tarde? -Falei
-Sim! nos veremos mais tarde. - ela respondeu quase sem abrir os olhos.

Dei um beijo na testa e um nos lábios e fui embora...

domingo, 18 de março de 2012

288




   ... Walter! Walter! Na escuta?Da uma olhada no vestido dessa morena.

   _ Nunca imaginei que ela pudesse ter tal habilidade... Logo eu, que sempre me achei tão esperto, sentia me como uma criança entre lobos_

    
    Kali apesar de seu jeito complicado e sua personalidade forte sempre foi uma ótima companheira, amante, namorada e amiga. Gostava de sair para dançar com as amigas, aliás amigas inseparáveis, com uma afinidade fora do comum de se comunicar apenas com o olhar os gestos de sobrancelhas, apenas um segundo e todas olhavam para o mesmo ponto ou simplesmente caiam na risada, como se a piada mais engraçada fosse contada apenas com um piscar de olhos. a partir daí conheci o verdadeiro significado da expressão Lobo em pele de cordeiro.




    Kali sempre saia para as compras com as amigas, sempre trazia as melhores maquiagens, chocolates, roupas e tudo mais que gostava. Elas se reuniam após as compras e dividiam o conteúdo das bolsas. As vezes achava estranho que juntavam e misturavam as compras, maquiagens de uma na bolsa da outra, chocolates de outra espalhado na bolsa de outras duas... Coisas de mulher, pensava... Até que um dia minha pequena  me chama para irmos as compras naquela mesma rede de lojas para comprarmos coisinhas para comer no cinema. Pediu para escolher o que quisesse e passasse para ela, assim o fiz. Entre uma estante e outra ela me olhava com um risinho meigo e piscava. Quando chegamos na fila ela só tinha um pacote de biscoito em mãos, não entendi o motivo pelo qual tinha deixado tudo que escolhemos, também não questionei de imediato, passamos no caixa e pagamos as coisas. Na saída ela reduziu o passo no corredor, logo depois acelerou e largou a minha mão, ao mesmo tempo saia uma senhora com uma bolsa enorme, as duas passam juntas o alarme toca e ela da aquele mesmo risinho e piscada para o segurança que desnorteado, pára a senhora e pede para ver a bolsa. Perguntei o que havia ocorrido, estava irritado, ela me deu um beijo, apertou a minha bunda e falou que me amava. Fomos para o cinema, sentamos e de repente no meu colo surge tudo o que tinha escolhido. Fiquei sem reação, começamos a rir e um quebra-cabeça foi se montando na minha mente e foi aí que o filme começou...