sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sigel




Mais um dia cansativo acaba...
Enfim ela sente o aconchego do seu lar... Suspira profundamente. Tira os sapatos que lhe torturaram os pés desde cedo, joga a bolsa no sofá, vai até a cama e se joga... Desmoronando junto aquela aparente força que fez com que parecesse bem o dia todo perante as pessoas. Agora estava só, aqueles belos olhos verdes poderiam alagar sem problemas, os cabelos que lembravam raios de sol numa manhã de domingo já podiam ser bagunçados pelas delicadas e pequenas mãos inquietas. Aquela cama que outrora pareceu pequena demais para dois corpos em chamas agora era um vasto campo a ser superado. Um campo que trazia a memória um passado feliz. Agora lhe parecia que aquele campo queimava o alvo e delicado corpo a cada lembrança que vinha a tona. Ela levanta e vai até a janela, apóia-se e respira fundo enchendo o peito de esperança, observa cada luz acesa em cada janela dos prédios a sua frente, imaginando quantas pessoas estavam agora com seus amores e quantas estavam como ela, sofrendo pela falta do amor que foi embora. No banho sente a água valar-lhe não só cada detalhe de seu lindo corpo de uma feminilidade incomparável, mas também lhe purificava a alma pacificando os pensamentos. Ela sai do banho, coloca uma regata e uma calcinha e vai conferir seus emails. Os grandes olhos verdes buscam qualquer notícia que pudesse te fazer sorrir, mas nada acham, no Messenger os mesmos abutres que não perdiam uma só oportunidade de tentar as mesmas velhas cantadas de fim de carreira que já te dava nos nervos, então em uma rede social vê uma frase interessante que te faz refletir, sorrir “Troco meu coração por um fígado”, Ela então vai até o intermediador daquela mensagem... Era Hati, com quem não tinha muito a falar, conhecera por um acaso na própria internet através de uns contatos, mas nunca trocaram muitas informações. Hati às vezes mandara umas mensagens, mas nada que despertasse o interesse de Sigel. Mas que mal tinha conversar um pouco? Talvez essa filosofia de louco tivesse algo de interessante a lhe oferecer. Ela então começa a conversar com o rapaz... A conversa flui descontraída, falam sobre tudo, amores e desamores, vida, paz, fotografia e qualquer coisa que acabasse em boas reflexões. Riam até não poder mais, por coisas bobas, engraças. Sigel vez em quando quase se jogava para trás, parava para recuperar o fôlego de tanto rir... Não mais havia tristeza naquele lindo rosto com a delicadeza de uma rosa desabrochando. Na hora de dormir ela evitou sua cama deixando-a para as lembranças apenas. Resolveu dormir na rede, olhando as estrelas através da varanda. Ainda doía-lhe o peito, as feridas ainda estavam lá... Mas sorrir é o melhor remédio para curar um coração partido.

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